Morrem em média 35 mil pessoas por ano no Brasil, vítimas de acidentes com automóveis e outros veículos. Isso nos coloca como donos do 5º. trânsito mais fatal do planeta, só atrás da Índia, China, EUA e Rússia. As leis do trânsito brasileiro eram consideradas suaves demais, até que foi promulgado o novo código de trânsito e da chamada Lei Seca. Nosso maior problema, no entanto, não está nas leis, mas no comportamento da população e dos governantes, neste hábito de descumprir as regras, de fazer vistas grossas ao que existe e deixar tudo como está, diz o repórter Alencar Izidoro da Folha de S. Paulo. Debater o tratamento dado pela mídia brasileira ao tema transporte terreste é, na verdade, discorrer dois tipos de pauta, como no caso da aviação. Uma é o transporte de passageiros na cidade; outra, a movimentação de cargas pelo país. Ambas têm em comum a incapacidade do poder público de organizar, projetar, investir e executar obras tanto no primeiro como no segundo caso. O repórter Alex Ricciardi da revista Imprensa ouviu especialistas como Ariverson Feltrin, especializado em transportes: "Somos um país com predominância de transporte rodoviário, mas que por outro lado conta com péssimas estradas. Já nossas ferrovias ficaram durante década nas mãos do Estado, que sucateou trilhos e trens. A privatização no final dos anos 1990 melhorou o sistema por meio de concessionárias, mas não há novas linhas em construção. O governo não investe e as empresas acham que não é obrigação delas”.O urbanista Jaime Lerner observou que as preocupações com a mobilidade urbana estão cada vez mais presentes no dia-a-dia das pessoas. Trata-se de requisito fundamental para a qualidade de vida nas cidades, e como tal tem recebido por parte da imprensa maior atenção e viabilidade: "Uma cobertura superficial, com pouca base, polarizando discussões entre metrô e carros, destacando apenas problemas e orçamentos, empobrece o papel que a imprensa tem a desempenhar". Aprofundar os debates é, portanto, tarefa urgente.
Fonte: www.megabrasil.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário