Quase metade dos manifestantes que foram às ruas no último domingo (12/04), pertenciam a
classes de maior renda. Uma pesquisa conduzida por toda a extensão da
Avenida Paulista durante o protesto mostrou que 48% das pessoas tinham renda
superior a R$ 7.880. O levantamento, coordenado pela socióloga Esther Solano,
da Unifesp, e pelo filósofo Pablo Ortellado, da USP, traçou o perfil dos
brasileiros que se manifestavam contra o governo e a corrupção. A maioria era
branca (77,4%) — 13,3% eram pardos e 4,9% negros.
Entre os entrevistados, 28,5% tinham renda entre R$
7.880 e R$ 15.760; 24,8% recebiam entre R$ 3.940 e R$ 7.880; 19,5% acima de R$
15.760; 14,4% entre R$ 2.364 e R$ 3.940 e só 9,4% até R$ 2.364. Mais da metade
(68%) tinha ensino superior completo, só 0,9% não completou o fundamental.
Os pesquisadores pediram para os manifestantes
dizeram seu nível de concordância com algumas frases prontas. Para a
maioria dos manifestantes, o PT quer implantar um regime comunista no Brasil.
Os resultados revelam que 64,1% das pessoas concordam que o partido da
presidente Dilma Rousseff têm planos de adotar o sistema econômico no país.
Os desvios da Petrobras são o maior caso de
corrupção da história do Brasil para 85,3% dos manifestantes. Outros 70,9%
dizem que cotas nas universidades só geram mais racismo e 60,4% defendem que o
bolsa-família apenas "financia preguiçoso". O PCC é um braço armado
do PT para 53,2% dos entrevistados e 42,6% concordam que o partido trouxe
50 mil haitianos para votar em Dilma nas últimas eleições. Para 71,3%, Fabio
Luis Lula da Silva, o Lulinha, é sócio da Friboi.
A fonte de informação número um sobre política,
para a maioria, é a imprensa (56,2%). Ao mesmo tempo, a maior parte confia
pouco nela (57%), pouco em movimentos sociais (46,2%), não confia nada em partidos
(73,2%) e nem em políticos (69,9%). A sigla que é mais alvo de desconfiança é o
PT (96%), logo à frente do PMBD (81,8%). O PSDB é o partido em que as pessoas
mais disseram "confiar muito" (11%).
Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, é o
político em que os manifestantes mais confiam (29,1%), seguido pelos senadores
Aécio Neves (22,6%) e José Serra (23,8%) e pelo deputado Jair Bolsonaro
(19,4%). Por outro lado, 96,7% não confiam na presidente Dilma e nem no líder
da Câmara, Eduardo Cunha (73,4%).
Fonte: Globo.com